- 18 de mar.
- 3 min de leitura

Matheus Aldyr
redator
A Amazon decidiu que, a partir de 28 de março de 2025, os dispositivos Echo – como o Echo Dot, Echo Pop e Echo Show – não vão mais permitir que você processe comandos de voz localmente. Traduzindo: tudo o que você falar para a Alexa vai direto para a nuvem da Amazon, quer você queira ou não. A notícia chegou por e-mail para alguns usuários e já está causando discussão, especialmente entre quem valoriza a privacidade.
Até então, era permitido configurar o aparelho para não enviar suas interações para a nuvem. Bastava ativar a opção "Não salvar gravações" nas configurações de privacidade. Além disso, você podia apagar manualmente o histórico de comandos. Mas, com essa mudança, tudo o que você disser para a Alexa vai, obrigatoriamente, parar nos servidores da Amazon.
A mudança está diretamente ligada ao lançamento da Alexa+, a versão premium da assistente que promete revolucionar a experiência com IA generativa. A ideia é que a Alexa+ seja mais inteligente, personalizada e capaz de realizar tarefas complexas, como planejar viagens ou gerenciar agendas. Mas, para isso, a Amazon precisa de mais dados – e é aí que entra a nuvem.
Em uma nota enviada PARA O site Arstechnica, a empresa confirmou a mudança e disse que os usuários ainda terão controle sobre suas gravações, podendo excluí-las automaticamente após o processamento. No entanto, se você optar por não salvar nenhuma gravação, vai perder algumas funcionalidades, como o Voice ID, que permite à Alexa reconhecer diferentes usuários e personalizar respostas.
Com a nova política, os usuários terão que escolher entre abrir mão de sua privacidade ou perder funcionalidades essenciais da Alexa. A Amazon afirma que as gravações serão excluídas automaticamente após o processamento, mas ressalta que a desativação do armazenamento pode limitar a experiência com o dispositivo.
E No Brasil
A Amazon afirmou ao TecMundo que os usuários brasileiros não serão afetados, já que o recurso Alexa+ (ainda) "não está disponível" no país. A empresa reforçou que continua comprometida com a privacidade dos clientes e que oferece ferramentas para gerenciar dados de voz. Mas, para quem está fora do Brasil, a mudança é real e já tem data marcada.
Privacidade em risco?
A decisão da Amazon não caiu bem para muita gente. Especialistas em privacidade e usuários estão preocupados com o aumento da coleta de dados e os riscos que isso traz. Quando suas interações são enviadas para a nuvem, ficam mais vulneráveis a vazamentos, acessos não autorizados e até uso indevido por parte da própria empresa. Em 2023, a Amazon foi multada em US$ 25 milhões por armazenar gravações de crianças sem consentimento, e já houve casos de uso de dados de usuários dos sistemas Amazon para o treinamento de IA’s.
Além disso, há o risco de que essas gravações sejam usadas em investigações criminais ou até vazadas em ataques cibernéticos. Para quem lida com informações sensíveis ou corporativas, a mudança é um prato cheio para preocupações.
A decisão da Amazon reflete uma tendência no setor de tecnologia, onde a conveniência, A GANÂNCIA FINANCEIRA, A CAPTURA DE DADOS PESSOAIS e a inovação muitas vezes entram em conflito com a privacidade do usuário. Enquanto a empresa busca monetizar a Alexa e expandir suas capacidades, os consumidores precisam estar cientes dos riscos e tomar medidas para proteger seus dados. A mudança também levanta questões sobre o futuro da privacidade digital e o papel das grandes empresas de tecnologia na proteção das informações dos usuários.
- 28 de fev.
- 2 min de leitura

Matheus Aldyr Moraes
Redator
Segundo o diretor da divisão da Nvidia para a América Latina, Marcus Aguiar, o “deepseek está sendo bom para nós”. Segundo Aguiar, a chegada do deepseek cria um cenário promissor para a empresa, pois apresentou uma nova forma de treinamento e novas possibilidades de desenvolvimento dos modelos de IA generativos.
Atualmente, a Nvidia se recupera por conta da alta na procura de seu novo chip, o H20, que possui uma capacidade reduzida, mas também custo menor.
Entretanto, há um cenário de mercado duvidoso, onde novas IAs serão lançadas, tornando a competição do mercado cada vez mais brutal. Em janeiro deste ano, o lançamento da inteligência artificial chinesa deepseek, ilustrou bem esse cenário incerto. Dezenas de gigantes da tecnologia, como a própria Nvidia, perderam bilhões de dólares em valor de mercado. Isso ocorreu porque o modelo de IA chinês tem o custo de uma fração das demais, chegando a valor 10 vezes menor que o modelo desenvolvido, por exemplo, pela empresa META. O deepseek também possui uma relação de gasto energético muito menor que outras IA’s, como, por exemplo, o Chat GPT.
Outra novidade na guerra das IAs é o Grok, a inteligência artificial “anti-woke” desenvolvida pelas empresas de Elon Musk. Segundo o empresário, seu modelo de IA utilizará uma “abordagem diferenciada” na fase de treinamento e utilização de banco de dados. Musk afirmou também que o seu modelo generativo será a “inteligência artificial mais inteligente do mundo”. Contudo, conhecido por sua megalomania e por fazer “promessas” que sabe ser incapaz de cumprir, especialistas veem com ceticismo as afirmações de Musk.
Tudo isso corrobora para o nascimento de uma era de incerteza no mercado futuro de inteligências artificiais.
- 24 de fev.
- 2 min de leitura

Matheus Aldyr
Redator
Nesta quinta-feira (20), o Senado argentino realizou uma votação relativa à abertura de investigações envolvendo o atual presidente da Argentina, Javier Milei, que, por 1 voto, se livrou do processo de investigação.
De acordo com informações publicadas pelo jornal Clarín, a proposta de abrir uma investigação recebeu 47 votos a favor e 23 contra. No entanto, para atingir a maioria qualificada de dois terços necessária, faltou apenas um voto.
A polêmica envolvendo Milei aconteceu na sexta-feira passada (14). Naquele dia, o presidente argentino publicou em seu perfil no X (antigo Twitter) uma publicação promovendo a criptomoeda $LIBRA. Rapidamente, milhares de pessoas começaram a adquirir a moeda, incentivadas pelo post. Com a alta do valor do token digital, pessoas que já possuíam a moeda antes da publicação de Milei venderam sua parte, lucrando com a movimentação. Após isso, a moeda perdeu quase todo o valor de mercado, causando prejuízo aos investidores.
Essa é uma prática já conhecida no mercado de investimento cripto, chamada “rug pull” ou “puxada de tapete” em português. O golpe ocorre quando os criadores de uma criptomoeda ou projeto digital incentivam investidores a comprarem o ativo, prometendo altos retornos e benefícios futuros. Depois de atrair muitos compradores e elevar o valor do token, os desenvolvedores vendem suas participações de forma rápida e abandonam o projeto, causando uma queda brusca no preço.
A suspeita aumenta quando, ao pesquisarmos no blockchain — sistema que registra toda transação relativa às criptomoedas atreladas a ele —, aparece que a moeda foi criada três minutos antes da divulgação de Milei.
As criptomoedas foram criadas a partir de 2008 e possuem uma ligação com a insatisfação gerada pela crise no sistema financeiro estadunidense. Naquela época, foi lançada a primeira e mais famosa criptomoeda, o Bitcoin.
Criado por Satoshi Nakamoto, o Bitcoin iniciou o mercado das criptomoedas. A moeda não é atrelada a nenhuma outra, ou ao ouro, ou a qualquer materialidade. Trata-se de um valor inteiramente especulativo e imaginário. A moeda é atrelada a um sistema de criptografia, chamado blockchain, que registra todas as transações envolvendo cada token, ou porcentagem de unidade da moeda.
Hoje existem inúmeras moedas digitais, que podem ser independentes, como o Bitcoin, ou atreladas a outras pré-existentes, como no caso da $LIBRA, envolvida no escândalo com o presidente argentino.